(esperar + -ança)
s. f.
1. Disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa se há-de! realizar ou suceder.
2. Expectativa.
3. Coisa que se espera.
4. Confiança.
5. Relig. Uma das virtudes teologais.
Um dia me contaram que para se conseguir o que se quer é preciso ser ativo, correr atrás, ir buscar, lutar, esforçar-se, nada de ficar apenas esperando...
E eu, como boa capricorniana, segui a risca. Obstinada, lá fui eu atrás dos tão sonhados objetivos, empregando até a última gota de energia, justificando os percalços em prol do bem maior.
Muitas vezes a receita deu certo, é verdade, tantas outras me vi com as baterias esgotadas, com um quê de derrota estampado no rosto.
E diante disso, uma pergunta não para de ecoar na minha mente, já há algum tempo:
Quanto é o bastante?
O dia-a-dia tem sido exigente, e eu sei que não estou só nesta parada, no entanto, tem horas que me pego aqui com meus pensamentos divagando:
Será que tudo isso vale mesmo a pena? Talvez se minhas escolhas fossem diferentes... Se parasse de insistir neste caminho e mudasse o percurso novamente... Não seria menos dolorido apenas voltar atrás? Estou fazendo o suficiente? Todas as possibilidades foram esgotadas? Será que é hora de parar? Será que conseguirei resistir às quedas? Conseguirei chegar ao final deste dia?
É como se estivesse num labirinto, a todo o momento maquinando, buscando novas estratégias para encontrar a saída. E devo confessar, me sinto esgotada.
Hoje uma amiga me mandou a seguinte frase, que imediatamente me deixou a pensar:
"Dizem que tudo o que buscamos também nos busca e, se ficarmos quietos, o que buscamos nos encontrará. É algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chega, nada faças. Descanse. Já verás o que acontece enquanto isto." -Clarissa Pinkola
Nos últimos tempos, tenho tido a sensação que estou dando “murro em ponta de faca”, sabe, batendo, insistindo, persistindo em coisas que estão fora do alcance das minhas ações, será que é hora de parar e esperar?
Em contrapartida, a sabedoria popular diz: “O que vem fácil vai fácil”. Será mesmo?
Recentemente, conversando com outra amiga pela manhã, recebi outra frase: "Hoje, fique tranqüilo. Siga em frente. A ajuda está a caminho.” – Yehudaberg– que no final do mesmo dia me deixou literalmente arrepiada, já que a tal da ajuda veio mesmo, inesperada e certeira.
E nisso, Serendipity também me veio à mente, é a palavra que mais gosto da língua inglesa, e significa encontrar alguma coisa imprevista enquanto se procura outra, mas que acaba sendo exatamente aquilo que se precisava, ou ainda melhor do que a que se buscava inicialmente.
E assim, tem dias que apelo para o jogo do contente, no melhor estilo Pollyana procuro coisas lindas para preencher o medo e o frio na barriga que tomam conta de mim sem avisar, porque já aprendi que ficar resmungando, como costumava a fazer no passado, tende a piorar (e muito) estes temores.
E sigo... tentando me agarrar à esperança, de que sim, as coisas vão melhorar!
E sigo... tentando me agarrar à esperança, de que sim, as coisas vão melhorar!
A ação faz parte de quem eu sou, mas acho que o universo anda tentando me mostrar que, em certos momentos, apenas ficar quieto e esperar é o melhor caminho...
PS: a ironia da vida não para nunca, se o momento é de acreditar num bem maior, nada mais confortante do que me mudar para a Vila Esperança...