sexta-feira, julho 16, 2010

Eu, professora? Final

Assim como na vida “real”, na sala de aula também encontrei algumas pessoas – ou turmas –, com as quais tinha maior sintonia. E com elas, as aulas eram realmente uma delícia, naturalmente me sentia mais relaxada, consequentemente, mais desastrada na mesma medida, e o riso era sempre uma constante; eram momentos em que sempre saía da escola sentindo que aquela horinha tinha valido a pena pelo dia todo – ou seria pelo semestre todo?

De uma dessas turmas saiu a melhor pérola, um serzinho de 5 anos, eventualmente ia acompanhar a mãe nas aulas, participava e tudo mais, a cada visita eu sempre ganhava desenhos feitos na hora.

Dia desses, a mãe dele apareceu com uma bonequinha com o cabelo todo arrepiado, dizendo que ele havia pedido para me entregar, pois ela era minha cara. Para completar, ele disse: “Mãe, posso te contar um segredo? Mas você não conta nem para minha namorada? Eu acho que estou apaixonado pela Carol...”

Oh gosh! Como assim???

E desde então, uma das professoras ao saber da história, sempre se referia a ela como minha sogra e a ele como meu namorado. Posso com isso?

E foi dela, da minha sogra, que ouvi a frase entusiasmada: “Você é a melhor professora do MUNDO, muito motivadora. Você vai continuar a dar aula para gente no próximo semestre, né?”

Essa última parte ouvi de alguns outros também, aos quais respondia apenas com um sorriso largo estampado na cara de boba.

Mas para ser honesta neste relato, também tenho que contar que perdi a cabeça em algum momento, no último dia de aula de uma turma, para ser mais precisa, uma aluna que já vinha atormentando a escola inteira desde o início conseguiu me tirar o prumo. Discussão em sala.

Foi incontrolável e devo dizer que não me orgulho deste momento final, mas... aconteceu.

De qualquer forma, o MEU semestre-presente foi realmente muito gratificante, sim, acho que agora posso dizer que realmente tenho talento, aptidão, ou seja lá qual for a palavra, para ser uma professora de verdade. Claro que poderia ter me dedicado mais a descobrir melhores didáticas, atividades mais elaboradas e coisas do gênero, sim, poderia; no entanto, acho que a melhor parte de tudo isso foi fazer tudo no meu próprio tempo, no meu próprio ritmo, na minha própria cadência.

Tive uma liberdade incrível, tanto dentro da escola, como fora dela, e apesar de a remuneração não chegar nem perto da do mundo corporativo, ainda está na minha cabeça a pergunta do que realmente valerá mais a pena daqui para frente?

Enfim, plano segundo semestre EM AÇÃO!

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