Calma, não se assuste, apesar de parecer, este título não tem nada a ver com nenhum programa bobo de TV.
Recentemente recebi a indicação de um livro, que inclusive tá morando ali “Na cabeceira” deste recanto; “Uma história do amor... com final feliz”, do médico psiquiatra Flávio Gikovate.
Já sei o que você está pensando: “Que estranho, a Carol falando de um livro auto-ajuda”?
Não! E sim!
Não, porque apesar da leitura sim remeter à seção das livrarias que muitos intelectuais dizem fugir, não sei exatamente qual a classificação deste livro.
E sim! É sobre o conceito de +amor, nele retratado, que venho por meio deste post falar...
A minhas últimas relações – amorosas ou não – muito me puseram a pensar. É fato, não sei gostar de alguém mais ou menos, ou gosto ou não gosto. E se gosto, gosto intensamente, com cuidado e atenção, bem característico de uma capricorniana com seus “eleitos”.
Mas com tanta intensidade, perder a medida acaba sendo muito fácil, e o que era para ser suave e tranquilo, pode acabar tornando-se obsessivo e levar a tão temida dependência emocional.
Refletindo sobre mim mesma e observando as pessoas próximas a mim, uma frase ultimamente não sai da cabeça:
“Por que será que é tão difícil as pessoas se relacionarem (BEM)?
Voltando ao livro...
Nele, Gikovate ressalta que fomos criados com a idéia da “alma gêmea”, da “metade da laranja”, do “par perfeito”, que assim que encontrado, nos dará a tão sonhada sensação de completude. E que é a partir deste “reencontro”, que o final feliz dos contos de fada é possível.
Pergunta importante: Quem acredita em príncipe/princesa encantado (a) põe o dedo aqui, que já vai fechar?
Fiz essa pergunta em sala de aula, recentemente, e para meu espanto, recebi algumas respostas afirmativas; de novo, vi corroborada esta idéia de que o amor e a felicidade estão sempre relacionados a um outro alguém.
Mas como pode nossa PRÓPRIA felicidade depender da vontade alheia? Isso significa que se um belo dia a outra pessoa acordar e dizer: “Cansei!”, este nosso estado de espírito de contentamento se vai ladeira abaixo?
Estar longe de casa me fez precisar ser muito independente do mundo, afinal, se não fizesse as coisas por mim mesma, tinha certeza absoluta que nenhuma outra boa alma as faria... Sendo assim, aprendi a fazer muitas coisas sozinha, coisas que mais de 90% das pessoas que conheço acham no mínimo estranho de se fazer sem estar acompanhada.
Se sincronizar a agenda com os amigos for impossível, não me importo de fazer o que estou a fim de fazer, mesmo que não tenha companhia para isso; vou ao cinema, baladas, shows, parques, restaurantes, qualquer lugar. Por que não satisfazer as minhas vontades só porque fulano ou sicrano não podem estar ali comigo?
Isso é MUITO natural para mim, mas toda vez que converso sobre isso com pessoas que não me conhecem muito bem – ou mesmo as que conhecem – percebo que elas não acham isso muito normal não. Sempre recebo aquele olhar típico de estranheza.
Mas não posso evitar, também sou adepta do “Antes só do que mal acompanhada”, mas apesar de para mim ser bem óbvio não querer estar perto de pessoas que não tenham sintonia comigo, ao dar uma olhadinha no que se passa no mundo, é muito comum encontrar relacionamentos entre pessoas em que é nítido a falta de afinidade e carinho.
Muita, muita gente mesmo prefere estar ali com seu parzinho torto do que curtir o que se quer fazer sozinho. Juro, está além da minha capacidade entender isso.
Assim como não consigo entender essa idéia de que os “opostos se atraem”. Não sei você, mas eu não dou conta de estar muito perto de pessoas que pensem tão diferente de mim. Ao olhar meus amigos e as pessoas próximas a mim, só consigo ver similaridades, o fato de serem parecidos comigo é que dá vontade de estar junto, conversar, compartilhar idéias, coisa que é praticamente impossível com pessoas opostas.
O filme “Into the Wild” tem uma frase que ficou martelando para sempre na minha cabeça:“Happines is only real when it’s shared”.
Concordo que encontrar um rosto familiar para dividir com você aquela situação engraçada, cantar junto com alguém a sua música preferida aos berros e ter com quem comentar o final do filme é realmente muito bom, no entanto, o “only” aí da frase é que não se encaixa.
Compartilhamento certamente é a palavra que para mim melhor define as BOAS relações. Cada um traz o seu pacote de vivências e experiências e juntos, vão compartilhando e não completando. É no equilíbrio que mora a harmonia.
Por isso, o conceito de +amor do Gikovate me pareceu tão lógico. Chega dessa ideia do amor como fonte de alívio para as dores individuais; assim como nas amizades, os amores precisam ser relações livres, sem cobrança, sem dependência, suaves, porque estar junto é bom e não mandatório.
E você, o que prefere? Amor ou Amizade?
PS: este post é fruto de muitas conversas com Tássia Nascimento, Léia Carvalho, Walkíria Patelli e Vanessa Lima. Então, divido o crédito das ideias com elas :)
4 comentários:
esse é o ponto: “Happines is only real when it’s shared”
com quem você irá compartilhar é o que há.
se com um animalzinho de estimação, com a familia, ou com aqueles amigos que se tornaram a família escolhida...
para mim com todos esses.
o alguém que tanto queremos (sim não da para negar esse querer) precisa estar nessa coisa coisa do compartilhar, só não pode ser a razão da felicidade, como vc mesma disse.
se eu ficar escrevendo, escrevendo, escrevendo aqui vai ficar uma repetição do que já falamos e que vc muito bem passou para as letrinhas.
continuamos o papo com aquela breja q estou devendo.
bjim
Então... vou me contentar e elogiar o post porque senão vou me tornar piegas... rs
Está lindo... e como sempre, nos deu muito no que pensar...
Beijos e Saudades da Maria
Lindo blog
Adoro o blog
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