sexta-feira, agosto 20, 2010

A Saga da Lente- Parte I

Suddenly I see!

Aos 12 anos descobri que precisava usar óculos, para uma pré-adolescente na sexta série isso pode parecer traumático, mas na verdade, eu nem ligava, achava o máximo voltar a ver as letrinhas aparecendo no quadro verde da escola, de qualquer canto da sala.

Lembro de uma reportagem da revista “Atrevida” que mostrava “Qual formato de armação combina mais com seu rosto” e de ficar horas analisando a que mais se encaixava com o meu, antes de comprar o primeiro.

Antes que alguém me pergunte, aí vai o diagnóstico:

D: Astigmatismo e Ceratocone – este último só pode ser corrigido com transplante de córnea, o que devolveria somente 60% de visão dos 40% hoje existentes e pode ser agravado durante a gravidez. Grau inalcançável.

E: Miopia. Grau 3,5.

Uma vez que estes dois olhinhos adicionais tornam-se seus companheiros diários, é um caminho sem volta. Armações bonitinhas + lentes anti-reflexo podem custar uma fortuna, então essa perguntinha maledeta “Você não tem um óculos reserva?” é uma afronta ao meu saldo bancário, ok?

Ao longo dos anos, tive muitas idas e vindas ao oftalmo, numa delas, um ser convenceu minha mãe a comprar uma lente (dura) de contato, que há 10 anos custava R$500, ou seja, uma verdadeira fortuna.

O treco apertava meus olhos de um tanto, que tudo que eu conseguia fazer era chorar com aquela coisa. Resultado: lentes esquecidas nas profundezas de uma gaveta e eu ainda de óculos.

Mais tarde, já em São Paulo, um outro ser iluminado me fez a mesma proposta:

“Por que você não faz um teste de lente?”.

Eu, com uma cara de pavor, só conseguia balançar a cabeça negativamente, tamanho o trauma da primeira tentativa.

Ela insistiu: “Mas você pode usar lente gelatinosa para miopia, testa”.

Na minha mente, a relação foi imediata: gelatina = a coisa mole que não aperta. Perfeito!

E assim, passei a usar lente de contato, sim, é singular mesmo, porque só uso em um olho, lembra?

E devo confessar que é uma coisa linda viu, a minha maior alegria foi poder usar óculos de sol, afinal, para uma pessoa com olhos fotossensíveis não poder se proteger da luz é triste, sempre com cara de quem comeu e não gostou franzindo a testa, feio!

Ah, isso me remete a uns óculos que tive com dupla função.

Como assim?

Ele tinha lentes escuras removíveis, que se acoplavam aos óculos por uns imãs nas pontas, resumindo, ficava RI – DÍ – CU – LO.


****
Continua...

PS: fotinho de óculos para relembrar.

Um comentário:

Michelle disse...

Carol!
Mto bom!!! Quero saber o final da história hein? rsss
Beijão!