Por muito tempo afirmei que “quando crescesse” me tornaria uma professora, tão óbvio devido ao histórico, não é mesmo?
Não é bem assim...
Pois cresci e me apaixonei por idiomas, de tanta vontade de ver o mundo, quando prestei vestibular, Relações Internacionais parecia a escolha perfeita, seria se – sempre essas duas letrinhas malditas feito pedra no caminho– a nota de corte não fosse ridiculamente alta, na época, a Medicina das Ciências Humanas.
Como universidade pública era certamente a única opção, como medida desesperada de conseguir o tal do diploma universitário, no dia da inscrição – literalmente – lá estava eu matutando, tentando me decidir o que assinalar, já que qualquer outro curso para mim naquele momento, simplesmente não fazia sentido algum; Relações Públicas na Fuvest e UEL, Linguística na Unicamp e Relações Internacionais na Unesp – afinal, não é a tal morte da D.Esperança a derradeira?
Pronto! Agora era aguardar a roleta vagarosa completar sua volta e revelar o meu destino.
Mas... no meio do caminho, outra escolha precisava ser feita, para meu desespero, ela veio muito antes do que esperava; a 2ª fase da Unicamp coincidia com a prova da UEL, e aí começou o diálogo interno:
Eu: “Se eu fizer Linguística, vou acabar dando aula”.
Eu mesma: “Ué, não entendi. Você não queria ser professora desde criança?”.
Eu: “É, mas dar aula não dá dinheiro”.
Eu mesma: “Certo, mas se você entrar para vida acadêmica é outra história”.
Eu: “Mesmo assim, professor no Brasil não é mais respeitado, já viu cada absurdo que aparece todo dia na TV, não, não sirvo para isso não”.
Eu mesma: “Tem certeza? Acho que você está racionalizando demais e esquecendo aquilo que realmente GOSTA de fazer”.
Eu: “Tenho sim – gaguejando“.
Eu mesma: “Você é quem sabe...”
E nessa, a roleta parou!
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