quarta-feira, julho 14, 2010

Eu, professora? Parte V

Jornal na mão e vários anúncios para “English Teacher”. Alguns e-mails enviados pela manhã e lá estava eu de volta assistindo Friends – tentativa de manter a mente feliz e... desocupada – quando meu celular toca, pensamento: “ Odeio número desconhecido”.

“Oi, aqui é a coordenadora da escola ABC, recebi seu curriculum para professora, você pode vir aqui amanhã?”.

“Oi – respondi completamente atônita, pensando: “essa realmente foi rápida, hein universo!”, mas tratando de me recompor, perguntei:

“Onde vocês estão?”.

“Estamos aqui na Zona Leste” e o “Eu” já logo deu o ar da graça:

Eu: “Zona Leste? Nossa, não podia ser mais perto não? Eu nunca nem fui lá, acho que não vou não”.

Eu mesma: “E São Paulo lá tem algum lugar perto minha filha? Anota esse endereço logo e diz que você vai sim!”.

Eu: “Mas é só a primeira ligação, acho que é melhor esperar para ver se aparecem outras mais perto”.

Eu mesma: “Claro, faça isso sim, espera, quem sabe alguém não toca a campainha, pega sua mãozinha e diz que tem um emprego ali na esquina esperando por você andar 10 passos para chegar lá”.

Eu: “Você é tão desagradável às vezes, sabia?”.

Dia seguinte, lá estava eu, depois de consultar o itinerário da SPTrans – que, a propósito, sempre salvou minha pele aqui em Sampa, sentadinha, esperando, meia hora adiantada.

Com meu livrinho na mão, observava o movimento. Chegou mais uma, depois, mais outra, no final tinha umas 10 pessoas ali aguardando comigo, estavam acontecendo mais de uma seleção e eu realmente não estava entendendo nada, porque ninguém realmente dava nenhuma informação.

1 hora depois de entre e sai comecei a ficar inquieta.

Eu: “Acho que vou embora, está demorando demais, e eu já estou nervosa o suficiente, eu vim, não vim? Agora se eles não me atendem aí já não é culpa minha...”

Eu mesma: “Paciência tem limite e a minha com você já deu, ok? Como se você tivesse MUITA coisa realmente para fazer fora daqui, né senhora? Sossegue e espere”.

2 horas e nada...

Eu: “2 horas aí já é demais, vai ver que não é para ser mesmo, é isso, não é para ser...” – colocando o livro dentro da bolsa.

Eu mesma: “Não, não é para ser mesmo não. Não passou nem meio dia que você enviou o e-mail e já recebeu a ligação, realmente, acho que isso é um sinal que NÃO é realmente para você fazer isso, vai, arruma o resto das suas coisas e me leve daqui que já estou com fome mesmo”.

Eu: “Você só pensa em encher essa pança, né? Egoísta, pois agora vamos ficar!”.

Mais meia hora... e todos, que haviam chegado depois de mim, diga-se de passagem, tinham sido levados para outras salas, não me agüentei e fui exigir os meus direitos de “primeira a chegar”.

Funcionou.

Teste, entrevista I, entrevista II, entrevista III e:

“Você pode começar o treinamento amanhã?”.

Nenhum comentário: