domingo, dezembro 19, 2010

Letting go...




Toda sessão costumava dizer à minha terapeuta, ao começar a falar sobre o mesmo assunto pela zilionésma vez, que me sentia como um disco riscado, tocando sempre a mesma melodia over, and over, and over again...

Foi assim durante muuuuuuuuuito, muuuuuuuuuito tempo...

Até que certo dia, ela me presenteou com a singela frase: “Carol, não tenha medo de perder aquilo que você não tem”.

Impregnadas na minha mente, essas palavras despertaram algo em mim e me fizeram entender que realmente todo aquele sentimento existia única e exclusivamente no meu mundo interior, que lá fora, ele não tinha nenhum lugar especial.

Depois de tanto falar, de tanto pensar, de tanto repensar, de tanto chorar, de tanto doer, o tempo passou, a ferida fechou e eu finalmente let it go.

Muitos outros assuntos povoaram minha mente e meu coração desde então, de diferentes maneiras, com diferentes intensidades e é engraçado como as coisas que realmente nos afetam parecem tão maiores e insolúveis num primeiro momento; mesmo já tendo aprendido a lição uma vez, parece que tudo volta ao ponto inicial, aquele em que tudo é caótico e fora do lugar.

Tenho uma característica que não sei definir se é qualidade ou defeito incurável, mas fato é que não consigo desistir daquilo que quero facilmente, se acredito, vou até o fim, esgotando TODAS as possibilidades de fazer acontecer; porque para mim, pensar que algo poderia ser diferente se eu tivesse feito isso ou aquilo realmente é mais torturante do que a possibilidade de fracasso.

E nessas situações, meu lema é: do one thing every day that scares you e assim sigo, até que alguma coisa me faça perceber que não importa o quanto eu tente ou faça, daquela vez, não cruzarei a linha de chegada.

Deixar algo ou alguém ir exige coragem, talvez até mais coragem do que tentar, porque de alguma forma, ainda que aquilo não dependa inteiramente de nós, deixar algo ou alguém ir é também admitir que nossos esforços não foram suficientes, é admitir um certo fracasso pessoal, mas mais ainda, simplesmente, é admitir que não era para ser...E o “não era para ser” pode ter um milhão de razões, que realmente, não importam muito... não mudam o fato em si.

Admitir não estar no controle é algo realmente assustador!

Mas o que me assusta de verdade é saber como seguir em frente depois de experiências assim, o que me assusta é o ceticismo que logo em seguida parece ser o sentimento que toma o lugar das tão sonhadas possibilidades, e me pego perguntando a todo instante se encontrarei de novo a coragem de acreditar que da próxima vez, algo pode SIM acontecer.

O engraçado é que nestes momentos, de alguma forma, minha voz interior consegue vencer a gritaria dos milhões de questionamentos para me dizer:


E assim, caminhando sigo, mantendo essas palavras, ecoando... sem cessar.






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